Matéria original publicada em Julho/2015. Republicada em Dezembro/2017.
Olá amigos do Viver em Orlando, tudo bem?
A matéria de hoje versa sobre um tema que tem me preocupado bastante nos últimos meses, reflexo da situação atual do Brasil (violência, corrupção, desemprego, péssimo cenário político, etc) e materializado em muitas rodas de discussões, fóruns e blogs espalhados pela internet – Ir embora do Brasil. Já abordei essa matéria em diversos momentos, como vocês podem ver nas postagens anteriores (aqui – aqui – aqui) e parece que a cada dia aumenta o número de pessoas dispostas a dar adeus ao Brasil e tentar a vida fora do país.
Acho isso algo muito interessante, de verdade, e dentro do possível sempre apóio as pessoas neste tipo de mudança, no entanto, é preciso, antes de qualquer pensamento, ter a idéia de que nada é tão simples quanto muitos acreditam ser, talvez, enganados pela desilusão do Brasil, ou talvez, enganados por verdadeiras máfias que agem no sentido de “facilitar” a vida imigratória quando na verdade, em termos de imigração, não existe NADA fácil e simplista.
Basta ver os recorrentes problemas imigratórios que a Europa, os EUA e até mesmo nações mais abertas, como Canadá e Austrália tem hoje em dia. Desafios que superam em muito a lógica simplista como é tratado o tema em muitas rodas de discussão. Para além disso, é de se considerar, com cautela, certas notícias que vendem facilidades excessivas. Desconfiem sempre das fontes, visto que, para os EUA, existe uma verdadeira indústria que “vende” sonhos em troca de muitos e muitos dólares. Na atual fase, toda cautela e cuidado é pouco.
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Imagem simbólica do American Dream pós 2-GM. Ideal de fartura e representação do progresso americano….face ao mundo destroçado pela guerra….. |
Porém o que tem me chamado a atenção neste momento, para além da vontade costumeira de imigração que nós brasileiros temos (e acho super justo), é a quantidade de emails que temos recebido sobre trabalhar nos EUA. Efetivamente, a situação da economia no Brasil (em 2015) e agora em (2017/2018), não está muito boa. Ainda sentindo os reflexos de uma das piores crises da história, o país passa por uma necessidade de reformas que, tecnicamente, dependem de inúmeras “jogadas”políticas que nem sempre se materializam. A modernização da economia no Brasil que também passa por uma necessidade URGENTE de uma ampla reforma tributária, parece mais uma peça de ficção científica – todos sabem que deve ser feita, mas não sai do papel a real proposta de modificação. Complicado. Enquanto isso, nos EUA, muito percebem a recuperação, PLENA, da economia pós crise de 2008 e se perguntam “por que não tentar?”. Acho super válido, desde que, ao meu ver, essa tentativa seja feita com cautela e PLANEJAMENTO, a palavra chave desses momentos.
Primeiro ponto a destacar é o seguinte:
A palavra ilegal aqui não é direcionada a idéia de exercício de uma atividade ilícita previstas pelas leis e códigos criminais dos EUA. O sentido de ilegal é diferente, na medida em que o ponto aqui destacado é o exercício de alguma atividade remunerada sem as devidas permissões e autorizações do governo americano. Portanto, esse termo ilegal, muitas vezes, carrega em si uma análise de “estou fazendo algo errado” como se fosse uma atividade de tráfico de drogas, de pessoas, roubos e assim por diante. Não, não é isso exatamente.
Entendo por trabalhar ilegal nos EUA a execução de atividades remuneradas que não podem ser desenvolvidas simplesmente porque a pessoa não tem autorização pra trabalho legal e/ou ela viola as condições específicas do seu visto – o exemplo clássico é trabalhar nos EUA com visto de turista B2. Ora, se o visto é de turismo, temporário, qualquer trabalho desenvolvido é uma ilegalidade dentro dos EUA e, portanto, passível de punição pelas autoridades competentes.
Outro ponto que já falamos diversas vezes neste site é a falsa idéia de que o estudante internacional, portador de visto F1 (e seus dependentes F2) podem trabalhar, part-time (meio período) nos EUA. Isso é falso. Não é possível estudantes (em especial aqueles que estão no país para fazer um curso de inglês) trabalhar legalmente, salvo sob uma única condição especial, prevista em lei que deve ser autorizada sem exceção pela imigração americana. Ou seja, há um mito, que não sei de onde surgiu e como ainda se sustenta, de que é simples, fácil e, em especial, legal, trabalhar nos EUA enquanto se estuda inglês. Essa situação não procede e, incorrendo nela, certamente você está passível de ser punido pelas autoridades, mesmo que para muitos essas autoridades não estejam presentes.
Bem, não é difícil entender as motivações que levam as pessoas a trabalhar nos EUA de forma não-autorizada. No caso dos brasileiros, estes ciclos de mudança ocorrem periodicamente, em especial, quando vivemos no país um problema econômico ou político que elevam a inflação e, também, a cotação do dólar. Nesta receita pronta, muitos pensam: é hora de partir pra América, pra fazer “x” coisa qualquer e ganhar em dólar.
Talvez esse tenha sido o motor de muitos processos de imigração de brasileiros nos últimos 30 anos para os EUA. Alguns deram certo, outros nem tanto. Algumas pessoas são hoje residentes permanentes nos EUA, outros tantos se tornarão cidadãos americanos e por aí vai. Não podemos esquecer que muitos casos de imigração foram equacionados a partir de anistia, em especial a assinada, salvo engano, em 1997, pelo então presidente Clinton e outras que podem ser vistas neste site.
Notadamente, depois do 11 de setembro, esse tema nos EUA passou a ser tratado como problema de segurança nacional e a tendência, no meu entendimento, é que a imigração ilegal passe a ser cada vez mais combatida no país. E se os republicanos, algo bem provável, ganharem as próximas eleições, aí meus amigos, não sei nem para onde vai esse barco insolúvel nos EUA….
Há um mito em Orlando de que é simples, fácil, acessível e, principalmente, rápido, conseguir trabalho na cidade. Basta falar português que você tem garantido uma posição em alguma empresa, dois dias depois de ter chegado. Simples assim. O que as pessoas não entendem é que empresas sérias, ou, minimamente, as preocupadas com a legalidade dos seus atos, não contratam pessoas nos EUA sem social security e autorização de trabalho – vejam aqui as regras do Verify Employment Eligibility (E-Verify). (é comum acharmos na internet relatos de pessoas que dizem trabalhar nos EUA, “legalmente”, usando as Tax Id’s, o que, evidentemente, é um equívoco. A Tax Id não deve ser usada para fins de trabalho no país).
Se elas contratam pessoas sem autorização de trabalho, estão por conta e risco (fiscalizações podem ocorrer, inclusive, por denúncias anônimas as autoridades imigratórias, essas empresas podem ser punidas severamente, com multas bem salgadas). Além é claro, das pessoas envolvidas nesse tipo de situação serem indiciadas criminalmente pelos atos. Logo, empresa séria mesmo, não precisa correr esse tipo de risco, concordam? (você já imaginou alguém trabalhar no Google, IBM, Facebook, Microsoft, algum banco, alguma grande concessionária de veículos, sem autorização legal?).
De acordo com as regras de contratação (e você podem ver o passo a passo neste site, em inglês), para contratar um novo funcionário, é preciso seguir alguns pontos. Um dos que me chamam a atenção é o preenchimento de um Formulário da USCIS, o I-9, que versa sobre a elegibilidade daquela pessoa em trabalhar legalmente nos EUA.
Uma vez elegível, a pessoa não tem problemas. Uma vez sem autorização, das duas uma, ou a empresa contrata e não registra, o caso mais comum, ou a empresa não firma nenhum compromisso formal de trabalho e paga, tão somente, o valor de hora/trabalhada, naturalmente, abaixo do valor estabelecido pela lei. Para algumas empresas, isso é vantajoso na medida em que, além dos impostos que deixam de ser recolhidos para as diversas esferas de governo, ela ainda não paga o seguro de saúde obrigatório e tampouco se preocupa em estabelecer um mínimo por hora de trabalho. Negócio da China que chamamos, na jargão popular, de atividade informal.
Fill out Form I-9, Employment Eligibility Verification for each new employee.
U.S. Citizenship and Immigration Services (USCIS, formerly known as the INS) requires employers to use this form to verify that every employee they hire is eligible to work in the United States. (You don’t have to file this form with the USCIS, but you must keep it in your files for three years and make it available for inspection by officials of Immigration and Customs Enforcement, known as ICE.) You can obtain the form online at www.uscis.gov. Note that these filled out forms should be kept in a separate I-9 folder for all employees — not in each employee’s personnel file.
Não irei entrar no mérito dos problemas da atividade informal porque eles são conhecidos. O mérito em questão é outro: haveria espaço para todos que querem exercer esses trabalhos nos EUA?
Durante anos, outro mito foi vendido como regra factual sobre esse tema: existem atividades que os americanos não querem fazer, em especial as que demandam menos qualificação técnica, como housekeeping (que cuida de limpeza de casas, hotéis, dentre outros), trabalhadores da agricultura (talvez a única que, realmente, existam programas específicos de contratação de estrangeiros por conta da demanda de trabalho x oferta de mão de obra pra executar o mesmo), trabalhadores da construção civil e por aí vai. Quem disse que os americanos não querem fazer isso? De onde surge esse mito? Na verdade, pela análise que faço, esse mito é criado para justificar justamente aquilo que as pessoas gostariam de legitimar, ou seja, o trabalho ilegal exercido por imigrantes que não podem trabalhar no país. O ponto aqui não é criticar aqueles que o fazem. Cada um teu sua razão e acredito, sinceramente, que todas as pessoas que se submetem a certas situações tem as necessidades específicas muito bem atendidas, até porque, nos EUA, trabalho é trabalho.
Quem falou, onde está escrito, onde estão os dados, que dizem que os americanos tem nível superior, nível técnico e que por isso, não se submetem a trabalhar como garçons, vendedores, housekeepers, constructors e por aí? Acredito que isso é puro mito. Até parece que nos EUA, mesmo com uma parte da educação subsidiada pelo governo, todos tem acesso ao sistema de educação superior. Isso não é a realidade, isso é a venda de uma situação que justifica e, ao mesmo tempo legitima, a atuação de muitos. Inclusive muitos que lucram com isso, ganham muita grana, fazem fortuna, agenciando pessoas e por aí vai.
Nunca vi, sinceramente, ninguém em Orlando trabalhando como garçom e/ou atendente numa rede americana, como Wendy’s, BK, Taco Bell, Best Buy, Walmart, etc que fosse brasileiro, sem documento de trabalho. Confesso que nunca vi, o que não excluí, claro, a possibilidade de existir. Nos locais específicos de empresas que tem o público “X” brasileiro, aí sim, observamos isso comumente. Nas lojas em outlets, principalmente em quiosques, também conseguimos observar isso. Agora, vá num parque, será que lá tem brasileiro trabalhando, sem a devida documentação?
Certa vez vi um anúncio na mais brasileira de todas as Best Buy dos EUA, aquela que fica perto do Florida Mall. No anúncio, em português, dizia que estavam contratando pessoas que falassem o nosso idioma, claramente, em função da alta demanda naquela loja em especial. Novamente insisto: será que é simples chegar na BB e dizer, oi, quero trabalhar aqui, sou turista, o que devo fazer? Não faz o menor sentido. Logo, é preciso ter um certo cuidado com essas questões.
Então, de onde vêm essa idéia de que em Orlando é simples o brasileiro trabalhar informalmente?
Me parece que essa é uma visão construída e disseminada dentro daqueles setores, que já citei neste texto, onde é fácil ser invisível aos olhos da fiscalização…..muito embora, seja difícil de acreditar que alguém que trabalhe vendendo algo, atendendo pessoas ou sendo waiter/waitress seja exatamente invisível. É um pouco aquilo: vale a pena arriscar? Ou vale a pena viver num país onde as chances de se ter um Corolla semi-novo são restritas a 1% da população (Brasil)? Não cabe a mim dizer o que é ou não certo na vida das pessoas. Elas são adultas e sujeitos capazes de tomar suas próprias decisões, não é mesmo?
Outra consideração: sem rede de contato não se consegue nada. E muitas vezes, mesmo com a tal rede, o networking, não é fácil chegar e trabalhar em Orlando, mesmo dentro do “guetos” já formados. Um ponto que as pessoas deixam de levar em consideração, na minha visão, é relevante: se boa parte dessas empresas que contratam pessoas (brasileiros) para trabalhar ilegalmente vivem em função da indústria primária de Orlando, o turismo de diversão e compras, vocês não acham que a diminuição visível do número de brasileiros viajando de férias pra cidade não tem uma tendência de reduzir, significativamente, o número de postos de trabalho abertos? Ou alguém ainda tem a ilusão de que estamos em 2010-2011-2012, com o dólar na casa dos R$1 e com os turistas invadindo a Flórida em busca de compras? Novamente, cabe aqui um exercício de reflexão e maturidade para entendermos uma realidade que não é exatamente a exposta em determinados canais de comunicação.
O que me incomoda nesse debate são 3 pontos:
1) É grande a quantidade de pessoas que dizem ter vontade de ir embora do Brasil, como diz no popular, de “mala e cuia”, com toda a família, sem ter nenhum planejamento do que fazer. OK, cada um tem suas demandas e devemos respeitar. Mas e aquelas famílias que tem crianças. Ora, é óbvio que todos querem o melhor para seus pequenos, isso é nobre. Agora, pergunto: o que você faz se for pego pelo ICE e preso, em relação aos seus filhos? Você tem alguma idéia do que fazer ou a quem recorrer?
2) Porque o cidadão brasileiro não participa das loterias do Green Card já faz algum tempo?
3) Porque dificilmente nós brasileiros vamos ter a chance de entrar no VWP dos EUA, mesmo que em alguns pontos esse assunto já esteja bem avançado?
Considerações finais:
A crescente imigração de brasileiros para os EUA se dá em função de diversas razões, todas, sem exceção, nobres, na minha visão. Não cabe, repito, eu ou ninguém criticar isso ou dizer que o seu sonho é pura ilusão de ótica. Não. Não sou eu o ator da impossibilidade. O mundo é grande demais e a vida é curta demais para deixarmos de lado nossos sonhos e possibilidades. Agora, o que me cabe é tentar, nesse texto, abrir os olhos de algumas pessoas para refletir sobre a realidade. E ela amigos é bem mais confusa do que um simples texto tenta materializar.
A realidade é que nos EUA não há mais espaço para todos. A realidade é que, depois de uma grave crise econômica de 2008, a tendência de recuperação da economia americana já é visível e, cada vez mais, o debate de imigração se faz presente. Para quem não sabe, a administração do Obama, dito defensor dos imigrantes, deportou sozinha mais do que todos os deportados em TODAS as administrações anteriores nos EUA, enfatizando uma clara tendência de que, SIM, eles sabem quem é você, eles sabem onde você mora e, se ainda não foram atrás de ti para te perguntar o que você faz no país deles, é porque não quiseram. Ora, se eles conseguem espionar a vida das mais altas autoridades de qualquer país, você acha mesmo que ser invisível nos EUA é simples assim? E trabalhar então…..Talvez, com a realidade atual, de Trump, esse cenário tende a ficar ainda mais complicado….
Bem, dito tudo isso, me desculpem se o tom do texto pareceu crítico demais ou desestimulante demais. Não é ou foi essa minha intenção. A intenção nesta matéria é mostrar que os mitos são criações de nós mesmos. E quando um mito é criado, é preciso ir a fundo nas questões para evitar expectativas que não podem ser alcançadas. Na minha visão, a “era” de chegar na América, trabalhar na faxina ou cuidar de crianças e ficar rico OU muito bem de vida, faz parte do imaginário popular lá de trás (lembrando que cada um tem sua história de vida, suas dificuldades, anseios e por aí vai). Não podemos apostar nessa hipótese como sendo passível de alcance para todos. O que podemos imaginar, e devemos inclusive, é saber que há desafios, desesperos, sorte, acaso, etc num processo de imigração e que, se tudo ocorrer dentro da normalidade, pode ser que as situações se resolvam sim, no seu próprio tempo e espaço.
Um grande abraço a todos e todas e fiquem bem. Ah, e para aprofundar um pouco mais sobre esse assunto, no contexto histórico, vale a pena ler o documento que está neste site. Recomendo.
Luciano
Meu amigo Luciano, mais uma vez nota 1000 sua postagem e só quero acrescentar de onde veio esta estorinha de visto de estudante permitindo autorização de trabalho. Pelo fato da minha escola de inglês ter já realizado dois intercâmbios de estudos na Europa (Dublin, Irlanda) a minha escola parceria com sede em Londres, tem convênio com o governo britânico que autoriza isso o estudante trabalhar part time por lá. E brasileiro que acha que o que ocorre na Inglaterra ocorre o mesmo nos EUA…esta estorinha já é velha mas o mito permanece.
Um forte abraço meu amigo.
Meu amigo Edison, pois é, eis o mito do sucesso que não é razoável. Inclusive meu caro, creio que hoje em dia no UK este tipo de programa de estudo + trabalho quando a pessoa vai fazer inglês não exista mais, assim como não existe mais no Canadá e nos EUA. Acho que desses países mais famosos, o que ainda possibilita isso é a Austrália, salvo engano.
Um grande abraço.
Luciano
Meu caro Everton, irei responder sua demanda por email dada a particularidade. Você já me enviou este relato e eu irei responder ainda neste final de semana com algumas considerações.
Grande abraço e sucesso.
Luciano
Querido Luciano,
Hoje eu e minha esposa, tivemos a grata felicidade de participarmos de uma maravilhosa reunião de consultoria, com você.
Quero agradecer imensamente, por sua atenção, gentileza e grande profissionalismo. Trouxemos diversas dúvidas sobre como seria uma mudança de residência para Orlando.
Perguntamos sobre inúmeros detalhes, acerca de como abrir uma empresa nos EUA, como se dá um processo de imigração, quais os tipos de vistos disponíveis, como está a economia e a política americana com relação à business e imigração, quais as possibilidades de conseguir vínculo com uma empresa sponsor, financiamento bancário e tantas outras questões. E fomos muito enriquecidos, com todas as respostas à essas perguntas, que você nos respondeu, de forma tão apropriada e profissional.
Quero deixar registrada a nossa satisfação e alegria, de podermos ter, não apenas esclarecido essas questões, mas também enxergado novos horizontes e possibilidades, com as ideias e informações que você nos trouxe.
Parabéns pelo seu maravilhoso trabalho, pelo seu excelente blog, viver em orlando. e pela preciosa experiência, que você compartilhou conosco nesse dia de hoje.
Desejo MUITO sucesso a você Luciano e a todos os seus projetos. Você é um profissional e um ser humano excelente!!!
Um grande abraço!
Ronaldo Perdigão, Brasília – DF
Muito bacana este texto. Elucidativo, até.
A grande questão que muitos se acomodam em viver na clandestinidade nos EUA (e em Orlando, a realidade que conheço) é exatamente pela sensação de tranquilidade. Conheci pessoas que passaram vários anos vivendo sem documentação, e realizando todos os atos da vida civil possíveis.
Não é a melhor saída para a pessoa, claro. Mas tem pessoas que se sujeitam a viver nesta condição nos EUA simplesmente porque a vida delas aqui no Brasil era muito pior. As pessoas vão vivendo, na expectativa de que algo aconteça de positivo em suas vidas – como uma legalização em massa, por exemplo.
Realmente, como você quis dizer, “cada um sabe aonde o calo aperta”.
Abraços.
Sem dúvida alguma meu caro Evilásio. Mas, não podemos nos enganar: essa sensação de certa tranquilidade é apenas “sensação”. O cerco tem apertado e muito nos últimos tempos, notadamente em regiões com altíssimos índices de imigrantes ilegais, como a Califórnia e o Texas. Quanto aos atos da vida civil, permita-me discordar de você em alguns pontos: pessoas sem situação legal, não podem dirigir nos EUA, não são atendidos pelo sistema de saúde, não podem estudar legalmente no país, não arrumam trabalho legalmente e assim por diante. Vivem, compram, se locomovem, mas é o que venho dizendo há muito tempo: é uma sensação de liberdade dentro de uma prisão psicológica que elas mesmas se colocam. Enfim, a vida é de cada um 🙂
Grande abraço.
Luciano
Isso é verdade, Luciano. Desde 2003, que foi minha primeira experiência nos EUA, ouço falar de um suposto projeto para regularizar imigrantes, mas nada sai. Me parece que esse assunto vai voltar a pauta das eleições de 2016 – mas, enquanto isso, nada de concreto.
Quando me refiro a questão da vida social, quis dizer que em alguns estados é possível a obtenção de DL ou ID, abertura de contas em banco, aquisição de bens, etc.
Sei que não eh a melhor alternativa pra se escolher, viver na clandestinidade. Mas como disse antes, conheci pessoas que tinham uma situação tao ruim nos seus países (alguns brasileiros) que viver nestas condições, nos EUA, soa como um premio, um crescimento de vida.
Sim Evilásio, concordo com sua análise. Mas ao mesmo tempo, olho pelo lado daqueles que, igualmente, sofrem com a espera para regularizar tudo, pagam um alto preço em processos de imigração, batalham pra fazer tudo dentro da legalidade e também precisam ser respeitados. As vezes a visão que eu passo é que sou conservador nesse debate, mas no fundo, acredito que levar o “jeitinho brasileiro” pra América é algo nada saudável. E é isso que eu combato. Quem apóia esse tipo de situação, pra mim, age como coiote. Mas enfim, cada um sabe onde aperta seu calo certo, como um outro amigo disse em outro comentário.
Grande abraço.
Luciano
Mas eu concordo contigo, Luciano. Essa mania de brasileiro de querer se dar bem em tudo, o tempo todo, não é legal. E repudiável, até.
Vi muita gente de outras nacionalidades adotando esse jeitinho por total falta de condições, ou de estrutura. A nossa realidade é maravilhosa, se comparada com gente de países como Nicarágua, El Salvador e tantos outros latinos. Ouvia relato de pessoas que diziam estar no céu, mesmo trabalhando horas a fio e morando em apartamentos que mais parecem prisões brasileiras (dada a quantidade de gente….).
Concordo que ser conservador é bom. E, particularmente, não apoio a clandestinidade ou essas irregularidades. Acho que o estado americano, dentro de suas possibilidades, deve combater. Mas também compreendo que existem pessoas que não tem outra oportunidade, e acabam agindo dessa forma. Se pra mim, que tive condições de viajar, não foi muito fácil, como deve ter sido pra gente que sequer tem condições de aplicar para tirar visto?
Mas é isso. Graças a Deus que a América ainda tem (por enquanto) espaço para todos que queiram mudar de vida.
Abraços, e obrigado pelo excelente site.
Obrigado Evilasio.
Grande abraço.
Luciano
Perdão mas eu preciso discordar do seu ponto de vista.
Ilegalidade é CRIME, pelo menos aqui em EUA.
Perante a lei, a pessoa que carece de documentos válidos para trabalhar no pais e trabalha na ilegalidade, esta cometendo um delito.
Caso contrario não estariam sendo deportados.
O immigrante ilegal/indocumentado trabalhando ilegalmente FERE a economia do pais.
Os cidadãos americanos, portadores de greencard e outros immigrantes com permissão de trabalho temporário estão sujeitos a pagar impostos, POR LEI.
Muitos immigrantes ilegais ACHAM que estão contribuindo com os impostos:
Compras no Walmart pagando os 6,5% de sales tax não se enquadra como contribuição de imposto de renda.
Muitos immigrantes ilegais oferecem servico de limpeza/faxina sem licença apropriada, oferecem transporte sem seguro comercial obrigatório e motorista sem driver license, oferecem serviço de construção sem permits/licenças.
Oferecem todo tipo de prestaçào de serviço sem ter uma entidade/corporação legalmente constituida/registrada no pais.
Enquanto oferecem serviços mais baratos que as outras empresas legalmente estabelecidas acabam ferindo a economia local.
Eu ja tive que fechar 2 empresas porque não consegui competir com os serviços baratos oferecidos por empresas ilegais.
Tambem já cansei de pagar imposto e enfrentar o IRS todo ano para que os indocumentados possam USUFRUIR da Qualidade de Vida do pais:
Ruas sem buracos, casas sem muros, policiamento/segurança, respeito pelo pedestre, limpeza, governo sem corrupção, escola/merenda/onibus escolar de graça, etc.
Tem muito immigrante ilegal que nunca ouviu falar de preencher um 1040 ou 1099 para ter que enfrentar o IRS todo ano.
Não está contente com a politica e a economia do Brasil e decidiu morar em EUA? tudo bem!
Todo mundo precisa procurar e desfrutar de qualidade de vida mesmo que para isso tenha que abandonar a patria.
Agora, não podemos ser coniventes com o crime. Tudo depende da consciência da cada um.
Eu conheço muitos brasileiros que moram em Orlando por mais de 5 – 10 anos como “estudantes” de inglés enquanto trabalham na ilegalidade apesar do Social Security dizer “NOT VALID FOR EMPLOYMENT”.
“Jeitinho Brasileiro” é invenção de brasileiro e não se aplica em EUA. Vamos respeitar!!!
Marc, concordo com sua análise e, diga-se de passagem, essa foi a idéia do texto….acho que faltou de você e dos outros amigos que registraram comentários vindos do mesmo IP, analisar o texto que escrevi….na análise de vocês, claramente, fica parecendo que eu defendo esse tipo de atitude, o que, para quem acompanha esse trabalho do site, de verdade e não (de vez em quando) sabe que não sou a favor de nenhuma ilegalidade nos EUA, no Brasil, na Europa ou em qualquer lugar…..concordo com você que muitas vezes pessoas fazem isso, se tornou comum e corriqueiro esse senso comum em Orlando, NJ, Miami, Boston (no caso de brasileiros) e a tendência, em momentos de crise no Brasil, é isso aumentar. Meu texto (e eu reli o que escrevi) ressalta isso e, sem desprezar as pessoas e respeitando as escolhas de cada um, fala sobre esse tema. Sim, muita gente se sente prejudicada com os ilegais, é verdade. O governo faz a sua parte, é verdade. Mas me diga….porque existem pessoas que “estudam” inglês por 5-10 anos e vivem, legalmente, nos EUA? A culpa é delas ou é do sistema americano que, em certa medida, permite coisas que são complicadas? Enfim, isso demanda muita reflexão e estou longe de querer entrar num debate desses porque não é meu foco….outro comentário disse sobre a palavra ilegal….que, em certa medida, posso ter sido brando no uso dela….mas a idéia que quis ressaltar, e fiz com clareza, foi enfatizar que o ilegal (atividade) é um termo aplicável a situações mais complicadas, tráfico de drogas, prostituição e assim por diante. Óbvio que sei que essas atividades SEM autorização não podem ser feitas e o que mais me chama atenção é: existem canais de denúncia as autoridades, não é mesmo? Se todos sabem onde estão os “ilegais”, onde eles moram, onde eles “trabalham” e assim por diante, me diga, porque existe então essa prevalência na Flórida? Enfim, se eu soubesse as respostas de todas as questões, certamente eu seria um guru, o que não é o caso. Agradeço sua contribuição e acho mais do que necessário estabelecer um debate saudável e oportuno sobre esse e outros temas.
Abraço e sucesso nas suas atividades em Orlando.
Luciano
Oi Luciano, faz um tempinho que não tenho visitado seu site por está muito atarefado aqui no meu serviço. Surgiu-me uma dúvida, o colega Marc nos informa que tem brasileiros e brasileiros ilegais e com empresas ilegais funcionando perfeitamente bem aqui na terrinha de Tio Sam. Agora eu vos pergunto, como é possível esta tal afirmação? Pois estou aqui querendo abrir minha escola aqui no Alabama e a burocracia tem me cobrado que pelo menos eu tenha um diploma de Professor de Inglês pois caso contrário não posso abrir. Como sou formado em Licenciatura Plena em Matemática, mas no Brasil a sede da minha escola de inglês que está no mercado há mais de 10 anos mesmo sem eu ser licenciado e não foi jeitinho brasileiro não, foi o que me cobraram apenas que pagasse os meus impostos e um alvará da prefeitura e como é um curso livre não se cobra diploma. Agora eu vos pergunto como pode ter empresas de limpezas, construções, de manutenção abertas sem que se tenha no mínimo uma licença disso?
Aguardo explicações.
Obrigado
Meu amigo Edison, acompanho sua rotina de trabalho…é dureza e não tem as facilidades que os amigos da utopia ostentam…tem gente que acha que chegar na América e arrumar emprego vai fazer as pessoas ficarem ricas, do nada. Pura ilusão de ótica. Sobre o comentário do Marc, entendo que sim Edison, isso é possível ocorrer nos EUA, sobretudo na Flórida, terra de ninguém. Você sabe disso. Não é o jeitinho em si, mas não tenho nenhuma dúvida que existam muitas empresas e pessoas que desenvolvem atividades que não são totalmente dentro da legalidade nos EUA.
Grande abraço amigo.
Luciano
Obrigado meu querido por sempre pela sua sinceridade!. Espero sua visita viu? Inclusive quando começar os embalos das minhas aulas por aqui.
Um abraço no coração!
Moro no Brasil e não tenho um pingo de vontade de viver nos EUA, inclusive já fui como turista e voltei sem problemas.
Mas, apoio e respeito quem tenta ir como turista com a ideia de ficar ilegal se necessário, em busca de algo melhor por suas famílias, com exceção do caminho pelo México, pois, aí já se envolve máfia na história. Todos tem o direito de lutar por um lugar ao Sol e já que o Brasil não tem jeito, e acredito que realmente não tenha jeito, a vida é muito curta para perdê-la em meio a tanta violência e corrupção, então se tem coragem, tem que arriscar mesmo.
É muito fácil quem já está bem alocado nos EUA ficar metendo o pau em quem sonha conseguir isso um dia esfregando a lei na cara e chamando de Criminoso, ao invés de pensar numa forma de ajudar.
Por isso o Brasil não vai pra frente, porquê a mentalidade do Brasileiro é egoísta, individualista e totalmente capitalista. Mesmo o brasileiro legal consegue manchar a cultura americana com seu egocentrismo e nada contribui para essa nação que é exemplo para o mundo. A América é uma leitoa bem grande onde todos os porquinhos brasileiros querem se deleitar, alguns conseguem um bom lugar e se legalizam outros pegam as gotas de leite que escorrem dos outros e ficam ilegais mesmo.
A falta de brasileiro vai diminuir os postos de trabalho em Orlando???
Fala serio! So se for p trabalhar nos kioskes de indocumentado.
Orlando nao depends soh de brasileiro e abriu muito emprego no setor de turismo e outros setores de IT tipo Oracle e Symantec.
Brasileiro tem essa mania de achar q paga as Contas de EUA.
Orlando nao se resume soh na Intl Drive.
Acontece q tem gente q chega em Orlando e nao sai desse mundinho de brasileiro peao de obra e faxineira.
Bill, seus comentários, apesar de ofensivos, são pertinentes e eu assino embaixo, com outras palavras e outras formas de analisar o contexto. Sucesso nos seus projetos em Orlando.
Abraço.
Luciano
Marc realmente a ilegalidade é um problema, você fala como se o ilegal se negasse a pagar impostos, mas na realidade ele é impedido de pagar. e é muito fácil a pessoa criticar e condenar quando ela tem condições e “dinheiro” para começar uma vida em um país, conseguindo investir em um negócio, o que vejo é uma necessidade de melhoria de vida e busca de segurança para a família, todos que vão sabem das dificuldades, e se existe oferta de emprego é por que falta mão de obra, é sabido que muito do trabalho feito por imigrantes ilegais se dá pelo fato de que os próprios cidadãos “americanos” não querem esses trabalhos, acham que não são dignos e merecem mais. pense que se não houvesse imigrantes o custo de um salário não seria o que é hoje pois os “americanos” nunca aceitariam trabalhar pelo valor que um imigrante trabalha e os salários seriam bem mais altos e quem sabe algumas “empresas” como a sua não teriam condições de arcar com essa conta e fechariam do mesmo jeito”
Olá Luciano,
Poderia me passar seu contato, estou precisando de uma consultoria sua.
Abraços.
Att,
Evanildo Silva.
Te enviei um email Evanildo.
Abraço.
Luciano
Gostaria de fazer algumas perguntas e agendar uma consulta aqui do Brasil. Pode me enviar um email?
Renato, te enviei um email.
Abraço.
Luciano
OI lUCIANO PRECISO DE SUA CONSULTORIA. MOREI NA ESPANHA APREDI O ESPANHOL ACHO QUE ISSO VAI ME AJUDAR ACHAR TRABALHO AI EM ORLANDO. TRABALHO EM QUALQUER SERVIÇO BRAÇAL. NAO ESCOLHO TRABALHO. GRANDE ABRAÇO. VALDIR
Trabalho nos EUA apenas de forma legal. Qualquer outra hipótese de trabalho sem as devidas autorizações do governo americano são ações ilícitas passíveis de punição. Este site não atua no sentido de incentivar quaisquer possibilidades nesse campo. Cuidado com informações de pessoas que recrutam mão de obra ilegal nos EUA. Sucesso sempre e cautela.
Abraço.
Luciano
Olá Luciano, tudo bom?
Gostaria de tirar uma “duvida”, sou engenheiro civil com experiência até mesmo de forma braçal em obras e gostaria de viver em Orlando por cerca de seis meses ou um ano para conhecer uma cultura nova e aperfeiçoar meu inglês também mas precisaria de um emprego para me manter durante esse período, você acha que eu conseguiria um visto para poder trabalhar legalmente durante esse período e se eu de fato arrumaria um emprego e forma legal em Orlando?
Wellington, nessas circunstâncias e pelo período que você indica, não. Dificilmente você conseguiria um visto, salvo se fosse um H2B, de mão de obra não-qualificada.
Abraço.
Luciano
Bom dia Luciano,
Gostaria do seu contato para poder esclarecer algumas duvidas, seria possível ?
Desde já o parabenizo pelo Blog.
Abs
[email protected]
Luciano. Boa tarde!
Você pode me dizer quais são as possibilidades de conseguir um visto para trabalhar em Orlando?
Se já existe um post aqui falando sobre isso, pode me passar?
Obrigada desde já! 🙂
OI Luciano, adorando adorando todas as suas postagem, otimo texto.
Olha minha situação, sou estudante de engenharia de produção, meus planos são, concluir minha graduacao, ir e estudar 6 meses de um curso de ingles intensivo, terminado esse curso pretendo fazer alguma especialização em minha area ou mba algo do tipo, durante esse tempo tentar validar meu diploma ai, (mas um blog leio que não consigo porque teria que cursar tudo dnovo, outro blog leio que é possivel sim, dificil achar informaçoes verdadeiras, e muitas agencias falam o que queremos ouvir para vender), minha duvida é consigo visto para ficar mais que 6 meses, e depois dese curso de extenção, ou ate durante eu consigo permissão para trabalho? se fizer o pedido de vistos todos de acordos com minha necessidade mesmo, será que facilitaria depois essa permissão para trabalho, não quero ficar ilegal, tenho pretensão de estudar ingles, depois algo na minha area e ai depois trabalhar legalmente na minha area ou outra desde que legalmente. Obrigada e sucesso.
O processo de trabalhar legalmente nos EUA não é nada simples e mesmo que você valide seu diploma no país, o que já não é nada fácil, não existem garantias de que você possa atuar na área de forma legal. Para isso, entendo eu, é preciso estar atrelado a um visto específico que permita trabalhar de forma legal no país. Realmente é um procedimento longo, custoso e não há garantias que você tem de arrumar emprego….
Sucesso.
Luciano
Faço serviço de martelinho de ouro e tenho interesse de me mudar para os EUA como faria para conseguir um visto de mão de obra qualificada? Tenho inglês intermediário.