Vamos aos pontos que eu achei mais interessantes:
A realidade que encontramos quando chegamos aos EUA, seja por Miami, Orlando, NY ou, principalmente, Atlanta, é totalmente diferente. Em 1996 Atlanta foi sede das Olímpiadas e eles reestuturaram o aeroporto de tal forma que a imensidão do lugar e a infra são de deixar os brasileiros totalmente com os queixos no chão. Isso se chama investimento e respeito. No Brasil, infelizmente, essas são exceções a regra, uma pena. Resumindo: não temos NENHUMA infra-estrutura nos aeroportos no Brasil e chegamos ao ridículo em Brasília de termos câmeras instaladas para monitorar se as pessoas vão ou não furtar as bagagens dos viajantes. Parece piada de mal gosto, mas não é.
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Visão externa do aeroporto “internacional” de Fortaleza. Meu povo, vejam a estrutura disso. Já pensou se chegam 15 aviões num intervalo de meia hora? Não sei o que aconteceria. |
2) Os preços no Brasil:
Tai um aspecto que me deixou bem apavorado: caramba, como os preços no Brasil estão elevados, menos de 1 anos depois de eu ter vindo morar nos EUA. As diferenças em todos os setores são absurdas, sendo os que eu mais fiquei preocupado foram nos preços dos itens no mercado e no valor do litro do combustível.
Eu não tenho nenhum medo de afirmar com todas as letras que o custo de vida média de se viver hoje nos EUA (e na Florida, que é a realidade que conheço) é menor do que viver em uma grande cidade brasileira. Faço essa análise depois de ter ido em 3 cidades onde o custo de vida é bem alto – Brasília, com uma das rendas per capita mais altas do Brasil, Fortaleza, onde o custo de vida, no Nordeste, é um dos mais altos e Belém, onde sem sombra de dúvidas, o custo de vida está muito mais elevado do que a 4 ou 5 anos atrás.

Fica muito claro que, ou não se sabe exatamente o que esperar do Brasil no médio/longo prazo, em termos de solidez econômica, ou então o Brasil está indo muito bem obrigado e eu (e muitos outros) estão errados e vamos, logo mais, perceber isso……
Eu prefiro ficar com a impressão que tive: inflação. O Brasil está num quadro inflacionário avassalador e não vejo saídas de curto prazo para liquidar com isso e trazer melhor estabilidade econômica. Em suma, talvez o mesmo “remédio” consumista usado pelos EUA para aquecer sua economia interna esteja sendo usado pela política macro-econômica do governo brasileiro, com a diferença substancial que aqui eles tem bala na agulha para manter, minimamente, esse quadro de consumo vs produção e não deixar que os preços aumentem, muito embora em linhas gerais os preços aqui estejam longe de ser a pechincha que eram no passado (vide o preço do galão da gasolina que no Sul da Florida está na casa dos 4 dólares, valor esse que chega a ser uma ofensa para a classe média americana).
Outra diferença que eu notei muito em termos de diferença do Brasil para os EUA é em relação ao valor da moeda em si: me parece que o poder de compra de 100 dólares é muito superior ao poder de compra de 100 reais, na média. Fiz esse exercício quando fui no mercado em Fortaleza e comprei alguns itens, numa compra final que me custou algo em torno de 150 reais. Poucas sacolas e itens pra lá de básicos. OK, com os mesmo 100 dólares (desconte aí as conversões, estou falando apenas de valor da moeda), eu consigo ir num Walmart aqui em Orlando e comprar muitos mais itens num valor muito menor. Até mesmo com 50 dólares já dá pra comprar bastante coisa no mercado, itens básicos bem verdade, mas percebi essa diferença.
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Será que com este salário mínimo o cidadão tem mesmo condições de sobreviver no Brasil? E ainda falam de erradicação da extrema pobreza…… |
Quando o valor do dinheiro fica em segundo plano, as pessoas tem uma tendência de se endividar cada vez mais e isso cria bolhas que, no final das contas, aperta na conta daqueles que são mais vulneráveis. Ou seja, aperta na conta da classe média e dos mais pobres. Isso é uma realidade que o Brasil PODE vim a sofrer (não estou afirmando que vai), no curtíssimo prazo, caso as políticas públicas continuem focando no consumo sem entender a realidade da inflação, talvez por medo de assumir que o vilão da economia brasileira esteja de volta.
Esse problema das “bolhas” é algo muito sério. Aqui nos EUA todos sabemos o quão destruidor foi para a economia interna o problema em torno da crise imobiliária (que ainda tem reflexos fortíssimos por aqui) e como a crise de consumo afetou decisivamente a economia americana. Quer dizer, mesmo sabendo de todos esses detalhes, nosso Brasil aposta na mesma lógica de crescimento: alto consumo, muito crédito na praça e desvalorização cambial…..Parece meio sem foco, mas enfim, nem quero entrar em maiores detalhes. Este não é um blog de economia. Eu nem sei muito sobre isso. Apenas arrisco dar algumas opiniões. Resumindo: achei o custo do Brasil muito alto para a qualidade ofertada em termos de segurança, qualidade de vida, etc.
Parabéns pela página Luciano, sensacional, com informações pertinentes, esclarecedoras e muito úteis. Grande abraço!
Prezado Marcelo, obrigado pela mensagem e agradecimentos. Espero contribuir um pouco com as informações que posto neste site.
Abraços.
Luciano
OI LUCIANO,
GOSTEI MUITO DO QUE VC ESCREVEU E CONCORDO PLENAMENTE…PELA INSEGURANÇA , ESTOU QUERENDO EXPERIMENTAR VIVER EM ORLANDO….COMO VC FALOU, MORAR É DIFERENE DE FÉRIAS…
OBRIGADA POR ME ESCLARECER ALGUMAS DUVIDAS E PARABENS PELO POST.
Valeu Margareth. Obrigado pela leitura do site.
A ideia é essa mesma, morar é uma coisa e vim aqui como turista é outra.
Abraços.
Luciano
Parabéns! Excelentes colocações.
Olha Luciano, estou impressionada com a riqueza de detalhes das informações de seu site. Os brasileiros que leem seus textos, ficam pelo menos, bem informados para fazer uma visita a Orlando com menos medo e duvidas. Ficamos muito agradecidos por tudo.!!!!!!
Prezada Simone, obrigado pelo elogio em relação ao trabalho que desenvolvemos.
Luciano A. Cancio
Email – contato@viveremorlando.com
Facebook – https://www.facebook.com/VivernosEUA
Skype – consultoria-viveremorlando
Informação, pesquisa e apoio qualificado.
Sou como a maioria dos brasileiros, tinha uma visão tacanha da realidade. Visitei depois de anos ralando, alguns países, realmente senti um choque cultural imenso.
Resultado dessas viagens, fiquei revoltado com a situação do Brasil, alem do que estamos vivendo no momento atual, é de dar nojo. Felizes vocês que optaram em fazerem suas vida fora do Brasil.
Confesso; se mais jovem deixaria o Brasil, não por covardia, porque a luta por aqui é inglória.
Att.
Franco
João, concordo com você. A luta em nosso país é inglória e, ao meu ver, sem nenhuma chance de dar bons resultados do curto/médio prazo. Quem tem condições de fato de ir embora, aconselho a ir mesmo enquanto pode.
Grande abraço.
Luciano
Boa noite estou querendo vender tudo no Brasil e ir embora!
Li seu blog fiquei um pouco desanimada, iria com minha filha de 9 anos eu e meu esposo.
E muito difícil conseguir viver ai legalmente?
Sou fotografa e meu esposo musico e arranjador, e muito difícil conseguir emprego e viver ai nessas profissões?
Obrigada grande abraco !!
Priscipla, todo e qualquer processo de imigração para os EUA é complicado. Mas é claro que se feito da forma correta e com a boa instrução de um profissional da área, talvez as chances de sucesso aumentem. Não venderia tudo que tenho antes de avaliar as possibilidades de forma concreta e ver se me encaixo em algum visto que dá direito a trabalho.
Grande abraço.
Luciano